Angela Carini, uma lutadora italiana, receberá uma premiação da Associação Internacional de Boxe (IBA) como se tivesse ganhado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, apesar de ter abandonado a luta contra a argelina Imane Khelif após apenas 45 segundos. A decisão da IBA de premiar Carini com 50 mil dólares (aproximadamente R$ 286,5 mil) gerou uma grande controvérsia.
O presidente da IBA, Igor Kremlev, explicou sua decisão afirmando que não conseguiu ignorar o sofrimento de Carini e que deseja proteger todos os pugilistas. Kremlev expressou descontentamento com as recentes decisões que, segundo ele, estão prejudicando o boxe feminino, e defendeu que apenas atletas elegíveis devem competir por questões de segurança.
A disputa entre Carini e Khelif acendeu um debate sobre a elegibilidade das atletas, especialmente após o Mundial de Boxe do ano passado, onde Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting foram desclassificadas devido a testes de DNA que indicavam “cromossomos XY”. Apesar disso, ambas foram autorizadas a competir nas Olimpíadas de Paris após o COI (Comitê Olímpico Internacional) garantir que cumpriam as normas médicas estabelecidas.
A relação entre o COI e a IBA está tensa desde que a IBA foi descreditada pelo comitê olímpico no ano passado. O COI criticou a decisão da IBA de desclassificar Khelif e Lin Yu-ting como arbitrária e alegou que as regras de elegibilidade não deveriam ser alteradas durante uma competição em andamento.
Desde 2019, a IBA enfrenta problemas de integridade e transparência, incluindo acusações de manipulação de resultados e corrupção, o que levou o COI a criar uma força-tarefa para organizar o boxe olímpico.
A situação de Angela Carini e a premiação que ela receberá apesar de sua desistência geram discussões sobre as regras do boxe feminino e o impacto dessas decisões para o futuro do esporte. A polêmica continua a dividir opiniões e pode ter repercussões significativas para as próximas competições olímpicas.
