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Jogos Olímpicos: Imane Khelif, boxeadora argelina envolvida em controvérsia, ganha medalha de ouro…

Argelina vence a chinesa Liu Yang e se consagra campeã olímpica na categoria peso médio feminino

Imane Khelif leva o ouro em Paris

Após uma jornada marcada por polêmica sobre sua sexualidade durante os Jogos Olímpicos de Paris, a boxeadora argelina Imane Khelif conquistou a medalha de ouro na categoria até 66kg – peso meio-médio – ao derrotar a chinesa Liu Yang na decisão, na tarde desta sexta-feira em Paris.

Khelif dominou o combate pelo ouro, vencendo os três rounds por 10 a 9, sendo declarada campeã olímpica por pontos, de forma unânime, somando 30 pontos contra 27 da chinesa.

Entenda o caso
A vitória de Imane Khelif na categoria meio-médio foi marcada pela disseminação de informações falsas de que a atleta seria transgênero. No ano passado, Imane Khelif e a pugilista taiwanesa Lin Yu-ting foram desclassificadas da Copa do Mundo em Nova Deli, organizada pela IBA — agora descredenciada — após não passarem nos testes de elegibilidade. A medalha de bronze de Lin foi inclusive retirada após ela falhar em exames “biomédicos” encomendados pela federação.

As duas atletas enfrentaram uma série de ataques de internautas e até de colegas de profissão, como Caitlin Parker, da categoria até 75kg, que considerou “perigosa” a participação de atletas que não passaram em testes de gênero.

A controvérsia mobilizou as redes sociais, levando o Comitê Olímpico Internacional (COI) a se pronunciar. Em um comunicado, o COI afirmou que as atletas sofreram ataques enganosos nas redes e criticou os testes aplicados pela IBA como pouco claros e arbitrários. Anteriormente, ambas sempre estiveram dentro dos parâmetros estabelecidos pelo COI e pela Unidade de Boxe de Paris 2024 (PBU).

“Os ataques contra essas atletas baseiam-se inteiramente nessa decisão arbitrária, tomada sem nenhum procedimento adequado – especialmente considerando que essas atletas competem em alto nível há anos”, declarou o COI na nota.

Além do COI, o pai de Imane Khelif também defendeu a filha, apresentando sua certidão de nascimento para provar que a boxeadora é realmente mulher.

— Minha filha é uma mulher. Nós a criamos como mulher. Ela é forte e corajosa. Eu a eduquei para trabalhar duro e ser corajosa — afirmou Omar Khelif, pai da boxeadora, na casa da família em um humilde vilarejo rural a dez quilômetros de Tiaret, a maior cidade da Argélia.